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Vidas secas: edição bolso de luxo (Clássicos Zahar)
Vidas secas: edição bolso de luxo (Clássicos Zahar)
Graciliano Ramos
5.0
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Originalmente publicado em 1938 e nesta edição com apresentação de Itamar Vieira Junior, autor de Torto arado, o romance Vidas secas é um clássico que permanece brutalmente atual num mundo marcado por migrações forçadas de famílias inteiras que sonham com outra vida possível.
Através de uma prosa minimalista e afiada, em Vidas secas, um dos maiores clássicos da literatura brasileira, Graciliano Ramos retrata a dura caminhada de uma família que, ao lado de sua cachorra Baleia, segue em busca de sobrevivência numa sociedade brutalmente desigual, onde não passam de cidadãos de segunda classe.
Lançado durante um período marcado pelo compromisso de muitos escritores brasileiros em narrar os dramas de um país continental além do concreto e do asfalto da cidade, as personagens de Vidas secas representam milhões de brasileiros que vivem sob relações de poder e formas de violência em que até a natureza parece se tornar opressora e algoz.
Caminhando de sol a sol, enfrentando a indiferença e, ao mesmo tempo, a violência do Estado, encarnada na figura do Soldado Amarelo, a obra escancara no plano narrativo, com os silêncios doídos e gritos entalados de sinhá Vitória e Fabiano, o não lugar para o sofrimento dos pobres.
Porém, como afirma Itamar Vieira Junior em sua apresentação, o romance desvela a "descomunal força que se descobre nos sobreviventes capazes de transformar uma história aparentemente banal num épico sobre a condição humana". Assim, os gestos mais ordinários de cuidado e os desejos aparentemente mais banais traduzem os anseios de quem insiste em ser gente e chegar a um destino em que caibam todos os seus sonhos.
"Vidas secas é uma tragédia grega transplantada para o sertão." — Antonio Candido
"Para além de um grande romance, Vidas secas é também poesia e música, um bloco de camadas sobrepostas de sentidos que o tempo tem tratado de realçar." — Socorro Acioli
GRACILIANO RAMOS nasceu em 1892 em Quebrangulo, Alagoas. Primogênito de dezesseis filhos, viveu com a família em diferentes cidades do Nordeste brasileiro. Foi prefeito de Palmeira dos Índios (AL) entre 1928 e 1930. É o autor de grandes clássicos da literatura brasileira, como Caetés (1933), S. Bernardo (1934), Angústia (1936, ano em que foi preso por suposto envolvimento com a Intentona Comunista), Vidas secas (1938) e outros. Morreu em 1953, aos sessenta anos, no Rio de Janeiro.
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