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No exílio
No exílio
Elisa Lispector
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Importante registro histórico sobre a imigração judaica no século XX, No exílio narra de forma ficcional o percurso da família Lispector, da Ucrânia ao Brasil. Após receber alta de um sanatório, Lizza, uma mulher judia, começa a recordar os anos de perseguição contra os semitas, deflagrados após a Revolução Russa, e que obrigaram sua família a deixar a Ucrânia e a migrar de vilarejo em vilarejo pela Europa, ao lado de milhares de pessoas na mesma situação. Sem ter mais onde se refugiar dos ventos do nazismo, Lizza e sua família seguem para as Américas e desembarcam em Maceió. No Brasil, os dias são mais tranquilos, embora o passado recente ainda a atormente e ela não consiga encontrar uma explicação para o sem-fim de horrores em sua história, que é também a do povo judeu. "Como encadear a vida depois disso?", Lizza se questiona ao ouvir a notícia do fim da Segunda Guerra. Já em segurança, mas ainda assombrada pelos fantasmas dos pogroms, ela não esquece a violência que testemunhou. Os sentimentos de não pertencimento, de injustiça irreparável e de expatriamento, tematizados nesta obra, são reflexos de acontecimentos definidores de nosso tempo: os conflitos da Revolução Bolchevique, a ascensão de Hitler e a divisão da Palestina. A presente edição conta com apresentação inédita de Benjamin Moser, escritor, historiador e biógrafo da irmã mais jovem da autora, Clarice Lispector. "[Elisa] explorou com especial delicadeza e perspicácia os meandros das profundidades da alma humana, acompanhando a par e passo o movimento interior das personagens, num fluxo narrativo que mostra nuances de humor, emoções e reflexões." – Nádia Battella Gotlib "Em sua maturidade criadora, Elisa Lispector, consciente de sua arte, analisa-a criticamente. Mergulha na orientação intimista, outro dos aspectos essenciais de sua obra, recoloca o problema da solidão e do mistério humano para aprofundar-se nos planos da ficção." – Bella Jozef Elisa Lispector (1911–1989) nasceu em Savran, na Ucrânia. Ainda pequena, imigrou para o Brasil, inicialmente instalando-se em Maceió, depois em Recife, e, mais tarde, no Rio de Janeiro. Naturalizada brasileira, se formou na Escola Normal, estudou no Conservatório de Música e lecionou para crianças em Recife. Já no Rio de Janeiro, atuou no Ministério do Trabalho e estudou sociologia e crítica de arte. Nos anos 1940, passou a dedicar-se também ao jornalismo. Estreou na literatura em 1945, com o romance Além da fronteira . Com O muro de pedras , venceu o Prêmio José Lins do Rego, em 1963, e o Prêmio Coelho Neto, da Academia Brasileira de Letras, em 1964. Como contista, foi agraciada com o Prêmio Luísa Cláudio de Souza, do PEN Clube, pelo título O tigre de bengala , em 1986. Ao todo, escreveu doze livros. No exílio , seu romance autoficcional, foi traduzido para o francês.
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