Main
Economia solidária: direito ao desenvolvimento e políticas públicas
Economia solidária: direito ao desenvolvimento e políticas públicas
Yduan de Oliveira May, Ingrid Brandão Sartor Dario, Angélica Pereira Possamai
5.0
/
5.0
0 comments
O direito ao desenvolvimento foi alçado à condição de direito humano em acordos internacionais intermediados pelas Nações Unidas. É fruto de um processo de reconhecimento levado a efeito pelos países do “Terceiro Mundo”, no sentido de conclamar a cooperação internacional a fim de se promover a igualdade de oportunidades e garantir a liberdade dos povos, seja no seu aspecto social, político ou econômico. Não obstante os acordos internacionais serem repletos de boas intenções, a exclusão social decorrente da desigualdade provocada pelo processo de globalização vem atingindo níveis de desigualdades significativas no cenário mundial, sobretudo nos países periféricos e semiperiféricos. Aliada à gradativa diminuição das intervenções do Estado, vem provocando debates para se buscar alternativas voltadas ao apaziguamento desses efeitos. É nesse cenário que a lógica proposta
pela economia solidária passou a ganhar destaque, porquanto centrar-se no propósito do bem-viver e na melhoria das condições de vida, constituindo-se em importante instrumento em prol da efetividade do direito humano ao desenvolvimento.
O direito ao desenvolvimento assumiu contornos específicos na América Latina, notadamente a partir da Constituição do Equador, em que a economia social e solidária tornou-se um dos instrumentos para efetivação do Buen Vivir. A associação de pessoas voltada ao trabalho cooperado autogestionário e fulcrada na divisão das sobras passou a constituir uma das formas alternativas de trabalho autossustentável, priorizando os recursos e as potencialidades locais, sem desmerecer o respeito à natureza e à origem do seu povo. Em razão da importância do tema para a efetivação do direito ao desenvolvimento, dedicou-se um capítulo exclusivo à implementação da economia social e solidária na América Latina, especificamente no Equador, bem como à forma que o Buen Vivir poderá assumir ao se
adotar o cooperativismo autogestionário para o fomento da economia e da qualidade de vida local.
No Brasil, o movimento de economia solidária surgiu em decorrência das iniciativas de movimentos sociais em meio às políticas liberais que atravessaram a economia na sociedade capitalista, evidenciadas após a década de 1970. A forma autogestionária, baseada na solidariedade e no cooperativismo, mostrou-se alternativa ao crescente índice de desemprego. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, destacou-se os princípios relacionados à dignidade
da pessoa humana, dentre os quais o direito ao desenvolvimento, visando ao combate à pobreza e à redução das desigualdades sociais.
Igualmente, trouxe como objetivo principal do país a construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
Dessa forma, o Estado, em reconhecimento à força do movimento social de economia solidária e aos preceitos constitucionais, iniciou a formulação de uma série de políticas públicas voltadas à economia solidária, evidenciando o caráter democrático que deverá nortear a formulação, execução e acompanhamento das políticas públicas de ordem estrutural.
Categories:
Year:
2019
Edition:
1
Publisher:
Editora Multideia
Language:
Portuguese
Pages:
78
ISBN 13:
9788584431809
ISBN:
9788584431809
Series:
Biblioteca DISE; 2
Your tags:
economia solidária; direito ao desenvolvimento; inclusão socioeconômica; políticas públicas; buen vivir
Comments of this book
There are no comments yet.